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GALERIA DE PRESIDENTES


 

JOÃO VICENTE DE SOUZA MARTINS – AGOSTO 1937/AGOSTO 1939
 

Nasceu no dia 08 de junho de 1878, na cidade do Rio de Janeiro, filho do prático de farmácia, João de Souza Martins e de Ludovina de Castro Martins.
Foi Farmacêutico, Professor e  Oficial  Médico  do  Corpo de  Bombeiros Militar do Distrito Federal.

Estudou em diversos colégios da sua cidade natal, inclusive fez o curso comercial, no qual se formou em 1892, vindo a ser professor.

Formou-se em Farmácia no ano de 1901, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro,  e em Medicina no ano de 1919, pela Faculdade de Medicina e Cirurgia  da sua cidade natal.

Contraiu as primeiras núpcias com a Senhora Cândida Moura de Souza Martins, e por  ter se enviuvado, contraiu segundas núpcias com a Senhora Dulce Guimarães de Souza Martins, com quem conviveu até seu óbito. De ambos os matrimônios não deixou descendentes.

O Professor João Vicente de Souza Martins, exerceu mais a profissão  como Farmacêutico do que como Médico.

Foi ele o idealizador da Academia Nacional de Farmácia, fundada numa sexta-feira invernosa do dia 13 de agosto de 1937, no antigo Edifício do Parc Royal, no Largo de São Francisco, na cidade do Rio de Janeiro.

Sócio fundador e Ex-Presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos, oportunidade em  que desenvolveu intenso trabalho administrativo, tornando-se sua gestão em uma das mais profícuas que já experimentou aquela instituição. Foi o responsável pela  organização do vibrante e concorrido 1º Congresso Brasileiro de Farmácia, em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil, em 1922, no Rio de Janeiro. Cultor e estudioso da Homeopatia, concorreu ao evento com a apresentação de doze trabalhos e várias teses, quase todas versando sobre a ciência Hahnemaniana que, ardorosamente defendeu e as fez vitoriosas naquele magno conclave.

Como estudioso da profissão Farmacêutica, deixou imensa produção científica, principalmente sobre assuntos da profissão em geral, de Homeopatia e sobre Bacteriologia.
Professor de Farmácia Química da Faculdade Fluminense de Medicina, Professor Catedrático de Farmacotécnica da Faculdade Hahnemaniana, Diretor do Serviço Farmacêutico do Hospital Hahnemaniano e Diretor e organizador do Laboratório de Pesquisas Clínicas “Casemiro de Menezes”, do citado hospital.

Em 1945, organizou a Farmacopeia Homeopática Brasileira, inaugurando destarte, oficialmente, o ensino da  Farmácia Homeopática no Brasil, anelo que pleiteava há alguns anos.

Foi sócio correspondente da Sociedade Nacional de Farmácia de Buenos Aires, da Argentina, e sócio fundador da Sociedade Brasileira de Nutrição.

Recebeu a monção de “Presidente de Honra” da Academia Nacional de Farmácia, no período de 1951 a 1953.

O eminente e pranteado Farmacêutico, Professor João Vicente de Souza Martins, faleceu no dia 30 de maio de 1953, aos 75 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, e o seu ataúde, conforme desejo, foi conduzido por Praças do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

 

VIRGÍLIO  LUCAS  -  AGOSTO 1939/AGOSTO 1941


 Oriundo de família humilde do interior de Minas Gerais diplomou-se em Farmácia no ano de 1913, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Desde os tempos de criança apresentava grande pendor para a profissão, conforme relato: “Aos 10 anos de idade começou a trabalhar como simples servente de uma farmácia comercial em sua terra natal”.

Nessa modesta atividade, na ausência do farmacêutico o menino Virgílio, curioso e ousado, “gostava de fazer misturas das mais diversas substâncias, sendo que em uma delas quase ficou cego”, segundo suas  próprias palavras.

Logo após sua graduação decidiu ingressar no Quadro de Oficiais Farmacêuticos do Exército Brasileiro, onde teve uma carreira brilhante e gigantesca, chegando a ser citado pelo Diretor do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército, onde serviu por longos anos, “como um dos ornamentos do Quadro de Farmacêuticos”(sic).
Tanto que em 1924, sentindo a necessidade de melhorar o Serviço de Saúde da Força Terrestre, realiza importante estudo sobre Barracas de Campanha para Farmácia, em que revela acurado espírito empreendedor e interesse pelo serviço, impressionando na ocasião, até mesmo o Ministro da Guerra que o enalteceu.
Ganhador do Prêmio Cesar Diogo, instituído pela Associação Brasileira de Farmacêuticos, numa nobreza de sentimentos, desiste da importância monetária do Prêmio, doando-a à referida Associação.

“Esse fato define o provecto cultor da ciência e a elevada cultura de sentimentos nobres e generosos que se abriram no coração de tão distinto colega”(sic), assim o elogiou o General Farmacêutico Luiz Fernandes Ramôa, então Diretor do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército.

Autor de vários livros, foi de tal monta para as ciências farmacêuticas brasileira e para a medicina que, até nossos dias novas edições ornam as estantes das bibliotecas dos profissionais de saúde.

Foi Vice-Diretor da Faculdade Nacional de Farmácia.
São suas obras: “Incompatibilidades Medicamentosas, Formulário Médico-Farmacêutico, Dicionário de Sinônimos Químicos e Farmacêuticos e Dicionário Onomástico de Medicina e Farmácia, entre os principais.

Mestre consagrado, exerceu a responsabilidade técnica de vários laboratórios industriais farmacêuticos do Rio de Janeiro, tendo desempenhado ao curso dos anos de trabalho diversas funções, entre as quais foi Professor Emérito de Farmácia Galênica   da   Faculdade   de   Farmácia  do   Rio  de  Janeiro;  Membro Titular da Academia Nacional de Medicina; Presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos; fundador, Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia; Membro da Real Academia de Farmácia de Madri, Espanha; Oficial da Saúde Pública da França; Diretor Técnico dos Laboratórios Silva Araújo Roussel S.A.; ganhador por três vezes do Prêmio Doutor Monteiro da Silva e uma vez do Prêmio Raul Leite, relativos a trabalhos de Química, Farmácia e Botânica.

Faleceu subitamente aos 72 anos de idade, no dia 09 de outubro de 1960, em sua residência, na cidade do Rio de Janeiro.

 

OSWALDO DE ALMEIDA COSTA – AGOSTO 1941/AGOSTO 1943     
 

O ilustre Farmacêutico era natural da cidade do Rio de Janeiro, onde nasceu em 15 de fevereiro de  1898, filho de um casal de raras virtudes,  Manoel de Almeida Costa e Francisca Caldeira de Alvarenga Costa.

Seu nome centraliza os mais alevantados propósitos que animam o exercício profissional, com uma vida de dedicação às aspirações de uma classe à qual se dedicou com os sentimentos de uma alma amiga e pura.

Diplomado em Farmácia pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1917, após brilhante curso, consagrou-se à sua profissão com todo ardor e compenetração vocacional.

Profissional militante em sua farmácia comercial no interior do País, aprofundou seus conhecimentos e candidatou-se, então, em 1925, ao cargo de Químico do Laboratório Bromatológico do Departamento Nacional de Saúde Pública, logrando o primeiro lugar em brilhante concurso público a nível nacional.

Contudo, nele permaneceu até quando se viu na contingência de deixá-lo, em face da legislação em vigor na época, a fim de exercer tão somente, o de Professor Catedrático  de Farmacognosia da Universidade onde se diplomara, conquistada também pelo seu esforço e talento, em memorável concurso, sucedendo o inolvidável Rodolpho Albino. Foi ainda Professor de Química Bromatológica e Toxicológica da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.

Fez parte da Comissão de Revisão da Farmacopeia Brasileira, organizada pela Associação Brasileira de Farmacêuticos, e determinada pelo Governo Federal, sendo de grande relevância seus pareceres e opiniões, dignos do maior apreço pela sua invejável cultura e grande saber.

Teve uma vida associativa com grandes participações, e membro das seguintes instituições: “Associação Brasileira de Farmacêuticos, Sociedade Brasileira de Química, Sociedade Brasileira de Botânica, Sociedade Brasileira de Nutrição, Membro Titular da Academia Nacional de Medicina,  fundador,  Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia”.

Era presença constante em Congressos  nacionais e estrangeiros, com apresentação e publicação de inúmeros trabalhos de sua fecunda produção científica. Em face de sua vasta cultura e incontestáveis atividades didáticas, foi cognominado no seu tempo, como o Príncipe da Farmácia Brasileira.

Recebeu a monção de “Presidente de Honra” da Academia Nacional de Farmácia, no período de 1953 a 1961.

Pelos seus trabalhos de pesquisa e sua consagração nos meios científicos, recebeu um constelar de distinções do Brasil, da França, de Portugal, do Equador, da Venezuela, da Colômbia e do Uruguai.



CARLOS BENJAMIN DA SILVA ARAÚJO - AGOSTO 1943/AGOSTO 1945

 

Natural da cidade do Rio de Janeiro, nasceu em 1894, filho de Luis Eduardo da Silva Araújo, fundador da Farmácia Silva Araújo (1871) e benemérito pioneiro da indústria farmacêutica do Brasil, e de Júlia Palmer Silva Araújo.

Graduou-se em Farmácia, pela antiga Escola de Farmácia e Odontologia do Instituto Metodista “O Granbery”, em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 1913, aos 19 anos de idade.
Mais tarde, em 1929, graduou-se também em Medicina, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Em 1918, devido o falecimento de seu irmão, o sucedeu na direção do Laboratório de Análises Clínicas Silva Araújo que, extrapolando sua missão precípua,  iniciara no País a fabricação de vacinas Wright, bem como de vários produtos biológicos: opoterápicos, soros, tuberculinas, fermentos e alguns produtos de veterinária.

Em 1922, cria a firma Carlos da Silva Araújo & Cia., que iria dar ao antigo laboratório um desenvolvimento verdadeiramente industrial, inaugurando sua sede que fez construir no Bairro do Engenho de Dentro, na cidade do Rio de Janeiro.

Nessa época, ingressou na Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, como Membro da Comissão de Farmácia, função que exerceu por vinte anos. Representou a instituição  no IXº Congresso Brasileiro de Medicina e no Congresso Internacional de Litíase Biliar, em Vichy, França, onde foi também como delegado oficial representando o governo brasileiro.

Foi um nome ligado às letras e às artes, tendo publicado cerca de vinte contos e crônicas de viagens, trinta trabalhos científicos sobre questões de Farmácia e Medicina e perto de vinte estudos históricos sobre as duas profissões, cerca de vinte estudos sobre artes plásticas (óleo sobre tela) e literatura em geral. O Doutor Silva Araújo, era uma personalidade de raro polimorfismo cultural.

Participou intensamente de todos os Congressos Brasileiros de Farmácia, organizados pela Associação Brasileira de Farmacêuticos, instituição da qual foi Presidente. Foi membro da Comissão Executiva do IIIº Congresso Sul-Americano de Química, realizado no Rio de Janeiro, como o principal organizador de sua Exposição de Produtos e Matérias-Primas de origem sul-americana. Foi “Membro de Honra” do IIº Congresso Brasileiro de História da Medicina, no Rio de Janeiro, e “Presidente de Honra da IVª Convenção Nacional de Farmacêuticos, em Curitiba, Paraná.

Na área associativa teve intensa participação em várias entidades, a saber: “Associação Comercial do Rio de Janeiro; Associação Comercial de Joinvile, Santa Catarina; Sócio Correspondente  da Sociedade de Farmácia e Química de São Paulo; Sócio Efetivo do Rotary Clube do Rio de Janeiro; Diretor do Centro dos Droguistas e Industriais de Drogas da Capital Federal; Membro do Conselho Deliberativo do Instituto Brasil-Venezuela”, entre outras atividades.

Foi Membro Honorário da Associação de Farmácia e Bioquímica da Argentina, da Academia Brasileira de Medicina Militar; da Sociedade de Farmácia da Bahia; da Associação Paranaense de Farmacêuticos e da Sociedade de Farmácia e Química de São Paulo. Como Membro Correspondente, pertenceu a Sociedade Paulista de História da Medicina; da Societé d’ Histoire de La Pharmacie, Paris; do Colégio de Farmacêuticos de Cuba; da Associação Médica de Minas Gerais e da Academia Valenciana de Letras. Como Membro Efetivo, pertenceu a Associação Brasileira de Imprensa, a Associação dos Artistas Brasileiros e a Sociedade Brasileira de Belas Artes.

Faleceu no ano de 1976.

 

ABEL ELIAS DE OLIVEIRA – AGOSTO 1945/AGOSTO 1947

 

Natural da cidade de Barra Mansa, Estado do Rio de Janeiro, nasceu no dia 30 de outubro de 1890.

Graduado em Farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, em 1919, tornou-se no decorrer dos anos em sua atividade profissional, uma figura ímpar da  Farmácia nacional no seu tempo, como um guia sereno e imperturbável dos anseios da classe.

Fundador, Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia, foi Abel de Oliveira um nome respeitadíssimo e aureolado, tantas vezes lembrado nas Associações  Farmacêuticas e Médicas, sendo consagrado como um Orador fluente, Professor de vigorosa inteligência e trabalhador útil e interessado na elevação da classe profissional à qual pertenceu.

Como sócio e Presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos, em seus fecundos pronunciamentos, sua palavra irradiava fé, firmeza e um padrão de legitimidade para o seu lema  – “A Farmácia para os Farmacêuticos.

Em seu livro – “Páginas Farmacêuticas”, merece uma meditação pela abundância de conceitos e pela sinceridade na explanação dos assuntos abordados.
Membro Titular  da Academia Nacional de Medicina, e ela também emprestou o fulgor da sua  fala escorreita, a certeza de seus conhecimentos científicos e a segurança de seus argumentos abalizados.

Emprestou igualmente o lume da sua sabença, a outras instituições científicas do País e do exterior, como: “Membro Honorário da Academia Brasileira de Medicina Militar; da Sociedade Nacional de Farmácia de Buenos Aires, na Argentina;  da União Farmacêutica de Caracas, na Venezuela; Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Química; da Associação Brasileira de Farmacêuticos, tendo Presidido a instituição três vezes; da Sociedade de Medicina e Cirurgia, dentre as principais.

Jornalista especializado, redator responsável da Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos, seus artigos em uma linguagem de um português clássico, revelam o homem culto, de iniciativa e de luta pela classe que abraçou e tenazmente defendeu.

Ficou célebre com a frase: “Sou Farmacêutico, para que mais”? – ao ser interpelado por um jornalista se possuía outra profissão, além de Farmacêutico.
Em sua extensa atividade docente, foi Professor Catedrático de Farmácia Galênica, da Faculdade onde se diplomou. Foi também Catedrático da Faculdade Fluminense de Medicina e da Escola de Medicina e Cirurgia, ambas no Estado do Rio de Janeiro, tendo granjeado a estima e o respeito de seus pares e infundido no pensamento de seus alunos, admiradores e colegas, a mística de sua incontestável vocação profissional.

O Professor Abel de Oliveira foi considerado o “Papa da Farmácia Brasileira”.
Faleceu aos 82 anos de idade, no dia 19 de janeiro de 1977, no Rio de Janeiro. 

 

GERARDO MAJELLA BIJOS – AGOSTO 1947/AGOSTO 1949
 

Nasceu no dia 04 de dezembro de 1908, na cidade de Abre Campo, Minas Gerais, sendo o primogênito do casal Professor José Joaquim Fernandes Bijos e Balbina Pereira Guimarães Bijos.

Formou-se em 1926, aos dezoito anos de idade, pela extinta Escola de Farmácia do Ginásio Leopoldinense, na cidade de Leopoldina, Minas Gerais.
Ingressou inicialmente no Quadro de Oficiais Farmacêuticos do Exército Brasileiro, como Aspirante-a-Oficial, em memorável concurso público a nível nacional.
Com a criação de Força Aérea Brasileira, aceitou o convite e se transferiu para a Aeronáutica, em 20 de março de 1946.

Muito estudioso e aplicado na busca de novos conhecimentos, graduou-se também como Bacharel em Ciências Jurídico-Sociais, Jornalista, Dentista e frequentou até o 2º ano do Curso de Medicina.

Sua vida profissional foi repleta de atividades das mais diversificadas, como: Assistente Militar de Farmacognosia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Brasil; Instrutor da Escola de Saúde do Exército e membro das comissões examinadoras de concursos e cursos para Farmacêuticos  militares; Diretor do Curso de Defesa Civil Antiatômica; Diretor Responsável da Revista de Química e Farmácia; Redator da Revista Médica da Aeronáutica; Diretor do Laboratório de Análises Clínicas Majella Bijos, de sua propriedade; Diretor do Serviço de Produtos Profiláticos do Ministério da Saúde; Chefe do Laboratório de Pesquisas Clínicas e Chefe das Seções de Hipodermia e Bioquímica do Hospital Central do Exército e Membro da Comissão Organizadora dos Anais do mesmo nosocômio.

Foi fundador, Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia. Foi igualmente fundador, Membro Titular e Presidente da Academia Brasileira de Medicina Militar, tendo exercido a Presidência da mesma de 1963 até 1972, onde seu nome é sempre lembrado como exemplo de dedicação, idealismo, desprendimento, labor ingente e denodada visão futurista.

Pertenceu a várias outras instituições, a saber: Academia Nacional de Medicina, Associação Brasileira de Farmacêuticos, Sociedade Brasileira de Química, Associação Mineira de Farmacêuticos, União Farmacêutica de São Paulo, Sociedade de Farmácia e Química de São Paulo, Academia de Letras do Distrito Federal, Academia Valenciana de Letras, Sociedade de Farmácia da Bahia, Associação Brasileira de Medicina Aeronáutica, Associação Bioquímica e Farmacêutica da Argentina, Colégio de Química e Farmácia da Colômbia, Associação Escola de Química e Farmácia da Universidade Central da República do Equador, União Química e Farmacêutica Sul-Americana e o Instituto Brasil-Paraguai.

Em face da sua vasta cultura científica e literária, publicou vários livros, tais como: “Práticas Químico-Clínicas; Contribuições Científicas; Contribuições Profissionais; O Clube Militar e seus Presidentes, clube onde exerceu várias funções de Diretoria; Laboratório Químico Farmacêutico do Exército – Galeria de seus ex-Diretores; Calendário de Caxias; Fundamentos Históricos da Academia Brasileira de Medicina Militar, em dois volumes.

Pelos relevantes e destacados serviços prestados à cidade do Rio de Janeiro, recebeu da Assembleia Legislativa do então Estado da Guanabara, por decisão unânime, o honroso título de “Cidadão Carioca”.

Recebeu mais de vinte homenagens, entre  medalhas e condecorações, das quais citamos algumas: “Medalha de Cavaleiro da Ordem do Mérito Militar, Medalha do Pacificador, Medalha de Guerra do Atlântico Sul, Medalha da IIª Grande Guerra Mundial, Medalha Marechal Hermes de aplicação e estudos, Medalha do Mérito da Cruz Vermelha Brasileira, Medalha de Honra do Exército da França, Medalha Memorial Cross e American Development of Human Relations” etc.
O Brigadeiro Majella Bijos, segundo relato de seus amigos, foi um exemplo de tenacidade, determinação e muita probidade em suas ações, tendo agido sempre de modo simples e humilde, levando uma vida sem sofismas, em que pese sua elevada posição social.

Gozando de largo prestígio com as autoridades civis e militares do Brasil e do exterior, foi sem dúvidas um digno representante da profissão farmacêutica, atividade que exerceu com profundo amor, enaltecendo-a.

Seu maior sonho era criar a Faculdade de Ciências da Saúde da Academia Brasileira de Medicina Militar e que formasse profissionais de saúde para as Forças Armadas, ideal que infelizmente não conseguiu concretizar.

Faleceu no dia 09 de janeiro de 1973, em sua residência, no Rio de Janeiro, após ser acometido de um acidente vascular cerebral.

 

OLYNTHO LUNA FREIRE DO PILLAR – AGOSTO 1949/AGOSTO 1951
 
Natural da cidade do Rio de Janeiro nasceu no dia 30 de maio de 1900.

Graduou-se em Farmácia pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no ano de 1921, destacando-se como um aluno aplicado, inteligente e abnegado.
Em seguida, aprovado em concurso de âmbito nacional, ingressou na carreira militar, passando a fazer parte do Quadro de Oficiais Farmacêuticos do Exército Brasileiro, sobressaindo-se mais uma vez entre os seus pares pelos méritos intelectuais.

Orador fluente dotado de palavra escorreita, estilo castiço e apurado, exerceu essa função em várias administrações da Academia Nacional de Farmácia; sendo também homem dotado de elevados dotes morais, caráter inquebrantável, espírito culto e polimorfo, associativo e laborioso.

Sua atividade profissional não se limitou apenas à caserna, tendo ocupado vários cargos importantes também na vida civil. No magistério superior foi Professor Catedrático da Universidade Livre do Distrito Federal, Professor da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro e Professor Assistente da Faculdade Fluminense de Medicina.

Espírito inquieto e perscrutador, além de Farmacêutico, era Médico, Bacharel em Direito e Químico. Foi Assistente do Laboratório de Bromatologia de Saúde Pública do Rio de Janeiro.

Foi fundador, Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia.  Foi ainda Membro Titular da Academia Nacional de Medicina; Membro Titular da Academia Brasileira de Medicina Militar; Membro Correspondente da Real Academia de Farmácia de Madri, Espanha; Membro da Associação Brasileira de Farmacêuticos; da Associação Brasileira de Química e do Instituto Brasileiro de Cultura.

Autor de vários trabalhos sobre Farmácia e Medicina, apresentados em Congressos, Seminários, Simpósios e  Mesas Redondas, escreveu livros tais como: “Notas Práticas e Didáticas de Farmacotécnica, Histórico do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército, Galeria dos ex-Diretores Efetivos do LQFE”,  dentre outras obras.

Recebeu em vida uma série de Medalhas e Condecorações, em face da sua proficiente atividade no desenvolvimento e progresso das ciências em geral,  como: “Medalha Militar de Prata, Medalha do Centenário de Nascimento de Ruy Barbosa, Medalha da IIª Grande Guerra Mundial, Medalha de Membro Titular da Academia Nacional de Farmácia, Medalha de Membro Titular da Academia Brasileira de Medicina Militar, Medalha de Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, Medalha da Ordem do Mérito Militar no Grau de Cavaleiro, Medalha da Associação Militar de Cirurgia dos Estados Unidos da América do Norte, Medalha de Ouro do Instituto de Socorro dos Náufragos de Portugal, Medalha de Membro Correspondente da Real Academia de Farmácia de Madri, Espanha”, dentre as principais homenagens que lhe foram outorgadas.

Como militar, atingiu ao Generalato ainda no serviço ativo, tendo sido Diretor do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército, no Rio de Janeiro, onde deixou marcas indeléveis da sua profícua administração.   

O Doutor Olyntho faleceu em sua cidade natal, no dia 18 de março de 1978.

 

 

JOSÉ EDUARDO ALVES FILHO – AGOSTO 1951/AGOSTO 1953
 

Natural  da então Capital Federal, Rio de Janeiro, nasceu no dia 12 de junho de 1896, filho de José Eduardo Alves e Maria M. Porto Alves. Fez seus estudos secundário no tradicional Ginásio São Bento, em sua cidade natal.

Ingressou em  seguida na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, diplomando-se em Farmácia em novembro de 1917.

Muito interessado pela profissão, estudioso e aplicado, após a  sua graduação, submeteu-se a concorrido concurso público para exercer a função de Químico do Laboratório Bromatológico do então Departamento Nacional de Saúde Pública, classificando-se brilhantemente em 1º lugar, entre 24 concorrentes. Pouco tempo depois, devido seu interesse e capacidade profissional, foi designado Chefe do dito Laboratório, tendo  idealizado e planejado profundas mudanças na  modernização do mesmo que se faziam necessárias.
Foi Professor Titular da Faculdade de Farmácia da Universidade do Brasil, respeitado por todo o corpo docente e discente da instituição pelo seu caráter ilibado, probo e reservado, qualidades que muito o distinguiam. Na instituição, foi também seu Secretário Geral, por três anos, período de sua organização como unidade universitária autônoma.  

Foi fundador, Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia, que muito se beneficiou com a sua capacidade organizacional e administrativa.
Dotado de ingente espírito associativo, foi um colaborador emérito em todas as entidades as quais levou o lume do seu saber. Pertenceu a “Associação Brasileira de Farmacêuticos, instituição na qual exerceu as mais variadas funções de Diretoria; sócio fundador da Sociedade Brasileira de Química, onde foi seu Presidente; Presidente e Membro da Comissão de Revisão da Farmacopeia Brasileira; Membro da Comissão de Bio-Farmácia do Ministério da Educação e Saúde; Membro da Comissão Brasileira Organizadora do 1º Temário Brasileiro de Farmácia e 1º Congresso Panamericano de Farmácia, realizado em Cuba, dentre muitas outras atividades.
Foi ainda 2º Tenente Farmacêutico da Reserva do Exército Brasileiro e Químico licenciado.

Autor dos seguintes trabalhos: “Química Bromatológica dos Produtos Animais, Vegetais frescos e Conservados; Química Bromatológica das Bebidas Fortemente Alcoólicas; Química Bromatológica das Essências e Corantes Sintéticos e de Origem Biológica; Técnicas de Química Bromatológica; e Métodos Analíticos de Química Bromatológica.

 

MÁRIO TAVEIRA – AGOSTO 1953/AGOSTO 1955


 Natural da cidade do Rio de Janeiro, então capital federal, nasceu em 29 de novembro de 1902.

Após concluir os estudos preliminares à universidade, ingressa na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde concluiu o Curso de Farmácia, aos 20 anos de idade, em 1922. Em seguida é aprovado em concurso público de Químico para o Laboratório Nacional de Análises.

Nesse período, presta o Serviço Militar Obrigatório como 2º Tenente Farmacêutico da Reserva do Exército Brasileiro.
Além de Farmacêutico, graduou-se também como Médico, em 1931, pela mesma Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Foi Professor Catedrático de Química Bromatológica e Toxicologia, em memorável concurso a que se submeteu, da então Faculdade Nacional de Farmácia, e reconhecido como uma das maiores expressões do ensino superior no seu tempo e um pesquisador incansável, com inúmeros trabalhos editados.
Suas atividades no magistério, não se restringiram ao meio civil, pois foi professor do Curso de Emergência de Farmácia Militar para Farmacêuticos, no então Ministério da Guerra, por ocasião do IIº conflito mundial beligerante que ocorria na Europa.

Dotado de grandes qualidades morais, era também um homem de vasta cultura, tendo sido nomeado o primeiro  Diretor da Faculdade Nacional de Farmácia, da Universidade do Brasil, onde exerceu a função por vários períodos,  totalizando 19 anos. No exercício do cargo levado a efeito à frente da instituição, não só deu provas da sua competência administrativa, como também da sua larga visão dos problemas atinentes ao exercício e ensino da profissão.

Fez parte do quadro de várias instituições científicas do Brasil  do exterior, entre as quais citamos: “Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia; Membro da Sociedade Brasileira de Química; Sócio da Associação Brasileira de Farmacêuticos;  Membro da Société de Chimique Biologique de Paris; Membro da Sociedade de Medicina Legal da França; Membro Correspondente da Societé des Experts-Chimistes de France; Professor Membro de Honor de la Universidad del Chile; Membro de Honra da Sociedade de Bromatologia, Nutrição e Toxicologia de Santiago do Chile; Membro Correspondente do Colégio Farmacêutico Nacional de Cuba; Membro de Honra da Sociedade Espanhola de Bromatologia de Madri, Espanha; Sócio de Honra da Real Academia de Farmácia de Madri, Espanha; Membro da Sociedade Peruana de História da Farmácia”, dentre outras distinções.

Pesquisador consagrado, publicou vários trabalhos de interesse à saúde pública, tais como: “Doseamento de Hidrocarbonados por Cuprometria, nas Cervejas; A Composição Média das  nossas Cervejas, seu Fabrico e Valor Alimentar; Química Bromatológica das Cervejas; A Refratometria Aplicada ao Diagnóstico da Asfixia por Submersão; Ensaios Químicos sobre a Toxidez dos Vinhos; Química Bromatológica do Café; Ensaios sobre a Regulamentação das Bebidas Fortemente Alcoólicas; Arsênio – Papel que Representa nos Envenenamentos; Classificação dos Venenos (inclusive uma original do autor); Óleos Vegetais Hidrogenados – do Ponto de Vista Alimentar e de Toxicidade; Cuidados sobre a Conservação das Carnes”, dentre muitos outros trabalhos publicados ou apresentados em Congressos de Farmácia e de Química.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 02 de fevereiro de 1978.

 

 

OSCAR DE MORAIS D’UTRA E SILVA – AGOSTO 1955/AGOSTO 1957
 

Nasceu na cidade de Sorocaba, no Estado de São Paulo, no dia 31 de julho de 1.889. Filho de Coriolano d’Utra e Silva e de Judith de Morais d’Utra e Silva.
Aos sete anos de idade, seu pai o internou no Colégio São Paulo e Minas, existente em Rio Claro, do “eminente educador Dyonísio Caio da Fonseca”, conforme declarou em autobiografia.  

Após rápida passagem pelo Colégio São Luiz, em Itu, foi matriculado, aos dez anos de idade, no Seminário Episcopal de São Paulo.
Contudo, em face da doença do seu genitor, teve que acompanhá-lo, indo para Santos, e aí prosseguindo seus estudos na Igreja do Rosário.
De retorno à capital paulista, prestou seus exames parcelados, parte no Curso Anexo à Faculdade de Direito de São Paulo, concluindo-os em seguida no Ginásio do Estado, situado no Liceu de Artes e Ofícios, no bairro da Luz.

Por total ausência de  documentação comprobatória e informações precisas, acreditamos que,  o Doutor Oscar graduou-se em Farmácia e Medicina, na cidade do Rio de Janeiro, pois encontramos através de documentos pessoais, vestígios para tal conclusão, conforme relata – “Quando ainda estudante do 3º ano de Medicina fui convidado pelo dr. O. G. Cruz (Oswaldo Gonçalves Cruz) para ir trabalhar no Inst. de Manguinhos, por indicação de G. Vianna”(sic)... E prossegue: “mas o dr. Oswaldo fez com que fizesse primeiro o curso de aplicação, o que fiz durante o ano de 1.911”(sic).

No Instituto, inicialmente como um estagiário, além do serviço de Anatomia Patológica, auxiliava também ao seu padrinho, Doutor Gaspar Vianna, nos estudos clínicos de observação dos doentes de patologias tropicais, tendo entre esses casos os de Leishmaniose, ficando na ocasião encarregado do preparo, aplicação e observação dos efeitos do novo tratamento que o Doutor Vianna acabava de descobrir, e desejoso de divulgar mundialmente, para o benefício de todos que necessitassem da nova terapia.
E o próprio Doutor Oscar informa – “Depois de 1913, formado em Medicina, entrei oficialmente por contrato a fazer parte do corpo tecnico daquele Instituto”(sic).
Na área associativa, pertenceu a vários órgãos representativos das classes, Farmacêutica e Médica, das quais citamos: “Associação Brasileira de Farmacêuticos, Rio de Janeiro; Sociedade de Farmácia e Química de São Paulo, São Paulo; Associação Paranaense de Farmacêuticos, Curitiba; Sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro; Sócio Correspondente da Sociedade Médico Cirúrgica de Guaiaquil, Equador; Member of International Association of Medical Museuns, Estados Unidos; Membro Correspondente do Círculo Médico de Rosário, Argentina.

Foi Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia.
Estimulou e foi pioneiro no intercâmbio cultural científico entre o Brasil e a Argentina.
Como cientista do Instituto Oswaldo Cruz, realizou com sucesso várias pesquisas que tiveram posterior publicação,  ressaltando-se as seguintes: “Sobre a Leishmaniose Tegumentar e seu Tratamento, Hemogregarina da Gambá-Haemogregarina didelphydis, A Importância da Refrigeração na Conservação dos Alimentos”.
Fundou no Rio de Janeiro a Sociedade de Criologia, que é o conjunto de disciplinas científicas e técnicas relacionadas com as baixas temperaturas.
Esteve na França, em 1928, realizando Curso Prático de Técnica Operatória das Vias Urinárias e Ginecológicas, pela Faculdade de Medicina, da Universidade de Paris.
Foi nomeado pelo Governo Federal, para integrar comissões representativas do Brasil no 3º Congresso Americano da Criança, em 1.919, e na 3ª Conferência Sul-Americana de Higiene, Microbiologia e Patologia, em 1.926, ambas em Montevidéu, Uruguai. Ocasiões em que recebeu os encômios e admiração da imprensa local, enaltecendo-o como uma das grandes inteligências da ciência brasileira.

Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, foi Professor Livre Docente das Cadeiras de Anatomia Patológica e de Anatomia Microscópica, e exerceu também a de Chefe do Laboratório da Clínica Dermatológica.

Em face do seu prestígio em toda América Latina, como cientista, foi convidado para Professor das Cadeiras de Doenças Tropicais e Anatomia Patológica, da Faculdade de Medicina, da Universidade de La Paz, Bolívia.

O Doutor Oscar foi durante longo período Diretor Técnico do Instituto Veterinário de São Paulo, onde igualmente exerceu intensa atividade científica.
Teve ampla atuação também na área privada, sendo eleito Médico Assistente da Clínica Dermatológica e Sifilográfica, da conceituada Policlínica de Botafogo, no Rio de Janeiro.
Fundou o Laboratório Farmacêutico “ODUS”, iniciais de Oscar dUtra e Silva, no qual desenvolveu a formulação de um vermífugo polivalente fitoterápico, de grande aceitação pelo mercado da época, de nome: CHENOPODIOL. Seu laboratório tinha como lema a frase latina: “Salus Populi Suprema Lex Esto”, que significa, “A saúde do povo seja a suprema lei”.

Fato bastante “sui generis” ocorreuem maio de 1939, conforme explicitado em sua Carta-Patente, quando foi nomeado pelo então Ministro da Guerra, General Eurico Gaspar Dutra, para integrar o Quadro de Oficiais Médicos da Reserva do   Serviço de Saúde do Exército Brasileiro, ingressando no Posto de Capitão, e mandado servir na 2ª Região Militar, São Paulo.

E ao se despedir do então Instituto Oswaldo Cruz, assim se manifestou em seu discurso, grafado do próprio punho: “Quando há 44 anos entrei a fazer parte do corpo técnico do Instituto, só tive motivos do mais alto estímulo, pela admiração, pela dedicação e  afan de trabalho, a  fim de elevar o nível tecnico e cultural, de promover o progresso científico, a noção de respeito e de valor que infundiam os que ali trabalhavam”(sic).  E conclui sua fala: “Ao despedir, me sinto cheio de tristeza”(sic).   
O Doutor Oscar de Morais d’Utra e Silva faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 17 de março de 1978.
NOTA EXPLICATIVA: Os dados biográficos do Doutor Oscar de Morais d’Utra e Silva, só foram possíveis pela prestimosidade do seu filho, Doutor Oscar Stearns d’Utra e Silva, a quem agradecemos, que se prontificou e colocou à disposição da Academia Nacional de Farmácia, todo o precioso acervo  que tinha em mãos relativo ao seu genitor.

 

MILITINO CESÁRIO ROSA – AGOSTO 1957/AGOSTO 1959
 

Nascido na cidade de  Muriaé, Minas Gerais, em 21 de agosto de  1900, era filho de Sérgio Cesário Rosa e Maria José da Conceição.
Fez seus estudos secundários na cidade de Leopoldina, Minas Gerais, diplomando-se em Farmácia, em 1920, pela extinta Escola de Farmácia do Colégio Leopoldinense.
Dois anos após sua graduação, vamos encontrá-lo como Professor de  Química Bromatológica e Toxicológica da Escola onde se graduou, e Professor de Química do Ginásio Municipal daquela cidade mineira.

Licenciou-se também em Química e posteriormente fez Doutorado nessa matéria.
Foi sem dúvidas uma figura singular oriundo das Alterosas, em suas facetas primordiais na cátedra, nos meios associativos, na indústria farmacêutica e no cenário científico profissional.

Transferindo-se para a Capital da República, exerceu o cargo de Professor de Química Orgânica do Curso de Farmácia da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, e o de Professor da mesma cadeira na Escola de Saúde do Exército, como convidado.
Após brilhante e memorável concurso, classificou-se em primeiro lugar para Professor da Escola Nacional de Química, onde seu prestígio avultou no magistério e seu nome passou a figurar entre os primeiros do País no assunto.

Desde sua transferência para a cidade do Rio de Janeiro, assumiu a Direção Técnica dos Laboratórios Industriais Farmacêuticos Raul Leite S.A., e aos quais emprestou o melhor dos seus esforços, sendo seu  representante junto à Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica.
Emprestou também o esforço de seu talento e o brilho de sua cultura, ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina como Membro da Comissão de Biofarmácia e da Comissão de Revisão da Farmacopeia Brasileira. Foi Membro do Conselho Nacional de Pesquisa.

Foi fundador, Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia.
Na área associativa teve grande participação em várias instituições, como: “Sócio da Associação Brasileira de Farmacêuticos, tendo exercido a sua Presidência por três mandatos consecutivos; na Sociedade Brasileira de Química; na União Farmacêutica de São Paulo;  Sócio da Sociedade de Farmácia e Química de São Paulo; Membro Titular da Academia Nacional de Medicina; Membro da Société Chimique de France; Membro Honorário da União Farmacêutica de São Paulo; Membro da Sociedade de Farmácia e Química de São Paulo; Membro Honorário da Associação Mineira de Farmacêuticos; Membro Correspondente da Associação Farmacêutica e Bioquímica Argentina; Membro Correspondente da Real Academia de Farmácia da Madri, Espanha”, dentre outras entidades.

Era presença frequente em Congressos, Convenções e Seminários realizados no Brasil e no exterior, versando sobre a Farmácia ou a         Química, com apresentação de trabalhos ou organização do evento.
Publicou inúmeros trabalhos científicos em periódicos especializados, dentre os quais citamos alguns: “Guia Prático de Análise Qualitativa Mineral; Notas sobre a Pereirinha – Considerações Gerais sobre os Amino-Óxidos dos Alcalóides N-Óxido da Pereirinha; Matérias Corantes das Flores e dos Frutos; Métodos de Padronização de Algumas Drogas e a Necessidade de sua Inclusão na Farmacopeia Brasileira; Sobre o Doseamento da Hidrastina no Extrato Fluido de Hidraste;   Penicilina – Estudo Quimioterápico; O Desaparecimento da Pirogenicidade dos Solutos Injetáveis; Atividades Bactericida dos Sais de Amônio Quaternário”, além de muitos outros trabalhos.
Faleceu prematuramente, em 03 de agosto de 1959.

 

ANTENOR DA FONSECA RANGEL FILHO – AGOSTO 1959/AGOSTO 1961

   

Natural da cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, nasceu no dia 28 de agosto de 1904, filho do industrial Antenor da Fonseca Rangel e de Clélia Antonieta de Brito Rangel.
De tradicional família de Farmacêuticos, foi aluno aplicado do Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde fez o Curso de Agrimensor, tendo se diplomado em Farmácia, pela Universidade do Brasil, em 1933. Anteriormente, já havia se graduado  como Engenheiro Geógrafo e Engenheiro Civil, pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
Foi casado com a senhora  Ruth Perdigão da Fonseca Rangel.

Foi Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia, tendo trabalhado em sua administração com eficácia, pelo resgate da preservação da memória da instituição. Ocupou a Cadeira cujo Patrono era seu saudoso e pranteado tio, o Farmacêutico Doutor Orlando da Fonseca Rangel, fundador do extinto laboratório industrial farmacêutico que ostentava o nome do seu proprietário.

Com o falecimento do seu tio em 20 de dezembro de 1934, o jovem profissional acabou por   assumir a Direção do Laboratório Farmacêutico Orlando Rangel, imprimindo a empresa uma visão de modernidade e desenvolvimento para época. 

Doutor Rangel Filho, foi o primeiro Presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-7), de 1961 até 1964, criado pela Lei Federal número 3.820 de 1960, como órgão fiscalizador e regulamentador da profissão.

Profissional ativo e de grande envergadura, teve atuação de destaque nas duas atividades para as quais estava habilitado – Farmacêutico e Engenheiro - sendo um homem acima de tudo com um marcante tino empresarial. Foi,   tendo à frente o grupo familiar, sócio proprietário da empresa de bebidas “Trianon Sociedade Anônima”, muito conhecida em todo País, com sede na cidade do Rio de Janeiro. 

Quando à frente da  Associação Brasileira de Farmacêuticos, Direção que durou de 1941 até 1945, fundou e foi o primeiro Presidente da Caixa Beneficente da Associação, objetivando com esse ato beneficiar a todos os sócios da instituição.

Foi um participativo Membro Conselheiro, do Conselho Nacional do Petróleo, subordinado na ocasião ao Ministério da Agricultura.
Exerceu também a docência como Professor de Filosofia do renomado Colégio Pedro II, e de  Professor Assistente de Física da Universidade do Brasil, ambos no Rio de Janeiro.
Pertenceu e foi Governador do clube de serviço Rotary Club do Rio de Janeiro, em 1.962 e 1.963.

Na área associativa teve presença marcante em várias entidades, particularmente pela sua sociabilidade e simpatia, que a todos envolvia, tendo pertencido a: “Associação Brasileira de Farmacêuticos, tendo sido seu Presidente por dois mandatos; Associação Comercial do Rio de Janeiro; Sociedade Brasileira de Química; Instituto de História da Medicina; Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; União Farmacêutica de São Paulo; Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos; Sociedade de Farmácia da Bahia; Membro Correspondente da Asociación Farmacêutica y Bioquímica da Argentina; Membro Consultivo da Legião Brasileira de Assistência; Engenheiro Assistente Técnico da Secretaria do Departamento Sanitário do Rio de Janeiro etc.
Foi Secretário da Indústria e Comércio, do Ministério do Trabalho.

De pensamento positivista, seu espírito arejado produziu trabalhos notáveis no campo filosófico, inclusive com a tradução de duas obras.
Era poeta, membro da Academia Fluminense de Letras, e primava pela correção de uma linguagem casta, tendo sido amante do belo idioma português, ratificado pelos escritos que legou à posteridade.

Foi autor de inúmeros artigos técnicos científicos de Farmácia, publicados em periódicos especializados.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 27 de fevereiro de 1.984, após luta com insidiosa doença que o prendeu ao leito durante longo período.

 

 

 LUIZ AFFONSO JURUENA DE MATTOS - AGOSTO 1961/AGOSTO 1965


Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 20 de outubro de 1918, filho do Professor Arthur Juruena Gomes de Mattos e de Alice Jaguaribe Juruena de Mattos.
Foi um profissional possuidor de vários títulos meritórios, e que representam o fruto de um labor fecundo, desde a época de sua formatura, quando concluiu o Curso de Farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia  do Estado do Rio de Janeiro, em 1937, aos dezenove anos de idade.
No ano de 1940, recebeu também o título de Bacharel em Química, pela Faculdade Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil.

Sua vida profissional foi toda ela voltada para o magistério, tendo sido Doutor em Farmácia e Professor Catedrático em Química Orgânica e Biológica, pela mesma  Faculdade onde se formou. Exerceu ainda a função de Professor do Ensino Técnico da Prefeitura do então Distrito Federal e de Diretor do tradicional Colégio Juruena, de propriedade da família.

Membro da Banca Examinadora do Concurso de Química Orgânica da Faculdade de Farmácia da Universidade da Bahia, em 1961.
Habilitou-se também, fazendo o  Curso de Especialização da Metodologia dos Radioisótopos, no Instituto de Biofísica da Universidade de São Paulo.
Foi Membro do Conselho Técnico Administrativo da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro.
Posteriormente, foi  Vice-Reitor da Universidade Federal Fluminense.

Publicou vários trabalhos de interesse científico, como: “A Técnica dos Isótopos; Do Emprego dos Isótopos na Bioquímica Animal; O Trabalho de Síntese dos Organismos Animais; Modernos Conceitos de Biosínteses; Pesquisa de Cationtes e Aniontes; Estudo Químico e Bioquímico do Ácido Láctico; Bioquímica dos Músculos”, dentre outros.
Foi Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia por dois mandatos.
Faleceu no dia 10 de fevereiro de 2006, na cidade do Rio de Janeiro.

 


EVALDO DE OLIVEIRA - AGOSTO 1965/AGOSTO 1983

 

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 24 de junho de 1916, filho do  inolvidável Professor Abel Elias de Oliveira e de Rita Maria de Oliveira.
Foi um espírito dinâmico, culto, intrépido e impetuoso às vezes. Grande defensor das causas que diziam respeito à profissão farmacêutica, sobressaindo-se em seu tempo como um grande líder, sendo ainda fluente orador.

Diplomou-se em Farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, em 1936. Graduou-se também como Médico pela Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro. Aliando a nobre arte de Galeno a de Hipócrates, no exercício das duas profissões, deixou um traço predominante do seu talento por todos os lugares por onde passou.

Figura destacada nos meios científicos do País, por seus trabalhos de grande repercussão, foi Professor de Farmacognosia da Faculdade onde se graduou e Professor Interino de Química Orgânica e Biologia da mesma unidade de ensino superior.
Muito participativo e filiado a muitas instituições representativas da classe farmacêutica, foi “Sócio Efetivo e Presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos, Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Nutrição, Membro Correspondente da União Farmacêutica de São Paulo e seu representante no Conselho Diretor das Federações das Associações de Farmacêuticos do Brasil”,  dentre as principais.
Com seu genitor, foi Membro Titular e Presidente da Academia Nacional de Farmácia.

Dentre seus  inúmeros trabalhos citamos: “O Coco Babaçu e seus Subprodutos; Estudo do Citrus Aurantium e suas Essências; A Propósito de Unguentos; A Farmácia e a Alimentação Nacional; Considerações sobre a Oficialização de Drogas e de Preparações Farmacêuticas; Sobre a Fenotiazina; Considerações sobre os Afrodisíacos; Da Necessidade de Criação dos Cursos de Aperfeiçoamento Profissional; O Homem, o Tóxico e a Toxicomania, dentre muitos outros apresentados em Congressos ou publicados em revistas  ou jornais especializados.

Foi colaborador do informativo “A Gazeta da Farmácia”, periódico mensal editado no Rio de Janeiro, de circulação nacional, trazendo a publicação de trabalhos científicos, eventos sociais, notícias dos órgãos de classe e  demais assuntos de interesse profissional.

Em face de suas pesquisas científicas inéditas, foi  laureado pela Academia Nacional de Medicina com o Prêmio “São Lucas”; pela União Farmacêutica de São Paulo com o Prêmio “NEOFARM”; pela Associação Brasileira de Farmacêuticos com o Prêmio “Medicamenta” por três anos consecutivos, entre outros.

 

GERALDO HALFELD - AGOSTO 1983/AGOSTO 1984



Nasceu na pequena cidade de Piau, Minas Gerais, no dia 18 de dezembro de 1918, filho de Joaquim Luiz Halfeld e Maria Urbana de Assis Halfeld.
Contando apenas quatro anos de idade e oriundo de família de parcos recursos, mudou-se para Juiz de Fora com a mãe e os irmãos, após o falecimento prematuro do seu genitor, iniciando-se aí uma autêntica epopeia daquele que foi cognominado - “Cidadão do Mundo”.

A fim de custear os próprios estudos, ingressa como “Office boy”  do Laboratório Farmacêutico Bayer – Leverkusen, que mantinha escritório na cidade, e passa a frequentar também a Escola Alemã, mantendo a tradição da família de origem germânica e fundadores daquela próspera cidade mineira. Diplomou-se também nesse período  como Técnico em Contabilidade, pelo tradicional Colégio Academia de Comércio de Juiz de Fora.

Em 18 de dezembro de 1943, graduou-se simultaneamente em Farmácia e em Odontologia, pela Faculdade de Farmácia e Odontologia de Juiz de Fora, para no ano seguinte assumir o magistério como Professor Assistente da Clínica Odontológica da mesma Faculdade, e mais tarde Professor Titular, atividade que exerceu  durante muitos anos da sua vida e se consagrou.

Graduou-se também em Economia pela mesma Universidade de Juiz de Fora, onde atuou também como Professor Titular.
Possuía também a carteira de Jornalista profissional.

Daí em diante não dá tréguas aos estudos, aprofundando-se cada vez mais  nas pesquisas científicas, especialmente nas áreas da Farmácia e da Odontologia.
Pessoa de lhano no trato, fidalgo e conciliador, pautou toda sua vida pela simpatia que gozava dos que com ele conviveram. Admirado pelos seus alunos, era acima de tudo comprometido em torná-los bons profissionais, éticos e humanitários.

Ainda muito ligado profissionalmente ao Laboratório Bayer - Leverkusen, em 1956, transfere-se para a matriz brasileira situada no Rio de Janeiro, e torna-se o único brasileiro que ascendeu ao cargo de Presidente do Setor Químico daquela grande empresa multinacional. Nesse período realizou inúmeras viagens à matriz mundial da companhia, na Alemanha.

De apurada visão empresarial e luzidia inteligência, foi também sócio da Divisão Química da multinacional alemã Boehringer Mannhaim.
Nessa época passou a coordenar no Brasil o “Freundiskreis-Brasilien”, que era o clube dos amigos da indústria farmacêutica alemã.

Presidiu a Academia Nacional de Farmácia pelo curto período de um ano, em face de haver sido nomeado para o proeminente cargo de Professor do Quadro Permanente da Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro, função que lhe exigia dedicação exclusiva e a isenção de qualquer outra atividade civil.
Sua profunda  afeição e respeito às Forças Armadas, deveu-se ao fato de ter sido Capitão da Reserva do Exército Brasileiro.

Pertenceu a várias instituições culturais das quais foi Membro Titular, como: “Academia Brasileira de Odontologia Militar, Academia Brasileira de Farmácia Militar, Academia Brasileira de Medicina Militar, Academia Nacional de Farmácia, Academia Nacional de Medicina, Academia Brasileira de Odontologia, Academia de História da Medicina, Academia Carioca de Letras, Real Academia Nacional de Farmácia da Espanha, Academia Imperial da Espanha, Sociedade Argentina de Cirurgia Dentomaxilofacial” dentre as principais.

Recebeu a honrosa incumbência de representar oficialmente o Governo do Brasil em eventos realizados em Israel, na França e duas vezes na Alemanha.
Publicou inúmeros trabalhos em revistas  especializadas de interesse da saúde pública e proferiu mais de três mil e quinhentas palestras. Autor de nove livros de caráter científico nas áreas farmacêutica, odontológica e médica: “Doença de Chagas - Novas Perspectivas de Cura; Fluoreto de Cálcio – Uso na Medicina Oral; Resinas Acrílicas (Tese de Doutorado); Incompatibilidades Farmacêuticas; Clínica e Tecnologia; O Planejamento Familiar no Brasil; A Saúde do Adolescente; Uma Análise Crítica Sobre Benefícios e Riscos da Dipirona; Normas Sobre Doses de Vitaminas, Sais Minerais, Oligoelementos em Medicamentos e Suplementos Nutricionais”.

Recebeu em vida  dezenas de condecorações e homenagens, das quais citamos algumas: “Medalha da Gran Cruz do Mérito da República Federal da Alemanha, a mais alta condecoração do Governo Alemão; Medalha Insígnia da Inconfidência Mineira, a mais alta condecoração do Governo de Minas Gerais; Medalha de Ouro do College of Dentists; Medalha do Mérito Acadêmico Tiberina de Roma, Itália; Todas as  Medalhas Militares Brasileiras do Estado Maior das Forças Armadas, da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e da Escola Superior de Guerra; Medalha Henrique Guilherme Fernando Halfeld, outorgada pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora e que ostenta o nome do seu bisavô, fundador da cidade” etc.

E no dia 14 de junho de 2006, pelo Decreto Nº 8927, foi declarado luto oficial por três dias em todo o município de Juiz de Fora, pelo falecimento do ilustre Professor Doutor Geraldo Halfeld.

 

 

CAIO ROMERO CAVALCANTI - AGOSTO 1985/AGOSTO 2011


Nasceu na cidade de Belém, no Estado do Pará, no dia 05 de dezembro de 1938, filho de Francisco Cavalcanti Sobrinho e Raimunda Ribeiro Cavalcanti.
Após concluir o curso primário em sua terra natal, acompanhando os pais, mudou-se para Recife, Pernambuco, tendo aí concluído os cursos ginasial e científico, no tradicional Colégio Salesiano Sagrado Coração, revelando-se  um aluno aplicado.

No ano de 1963, graduou-se como Farmacêutico pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica, da Universidade Federal de Pernambuco, para no ano seguinte deslocar-se para o Rio de Janeiro  em busca de estágio na área industrial farmacêutica, não apenas para si, mas para vários colegas concludentes do curso, atingindo seu intento, manifestando assim desde cedo seu elevado espírito corporativista.

Na época, ingressou como estagiário no Laboratório Industrial Farmacêutico - WADEL, para em seguida ser contratado e efetivado como  Farmacêutico em seu quadro de funcionários, haja vista seu desempenho e interesse no serviço, aí permanecendo cerca de vinte anos, mesmo após o laboratório ter sido adquirido pela empresa norte-americana, o Laboratório Farmacêutico A. H. Robins, tendo sido o seu Farmacêutico Responsável.

No decorrer de suas atividades profissionais, teve intensa participação em inúmeras instituições, como Presidente da Federação Nacional de Farmacêuticos; foi Coordenador Nacional de Assistência Farmacêutica do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social; foi Membro do Grupo de Trabalho do Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina e Farmácia, quando foi nomeado  também para estudar e organizar a IIIª Edição da Farmacopeia Brasileira e do Formulário Nacional; foi Membro do Conselho Fiscal da Confederação Nacional das Profissões Liberais; foi Conselheiro Titular do Conselho de Recursos da Previdência Social; foi Membro do Conselho Municipal de Entorpecentes da cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro; foi no Conselho Regional de Farmácia, do Estado do Rio de Janeiro, investido de várias funções, como Conselheiro Efetivo, Membro da Comissão de Questões Profissionais, da Comissão de Tomada de Contas e da Comissão de Ética; foi Delegado Representante da Federação Nacional dos Farmacêuticos junto a Confederação Nacional das Profissões Liberais; foi Presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Rio de Janeiro, sendo ainda seu atual Sócio Efetivo e Benemérito etc.

É Sócio Fundador da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, com sede na cidade do Rio de Janeiro. 

O Doutor Caio é Membro Titular da Academia Nacional de Farmácia, tendo exercido sua Presidência pelo período de vinte e sete anos ininterruptos, sendo atualmente o seu Presidente Emérito.
Foi durante a sua administração que se criou a atual Flâmula da Academia.
No decorrer da sua profícua gestão que se adquiriu a atual sede da Academia, na cidade do Rio de Janeiro, que  até então se reunia na Associação Brasileira de Farmacêuticos que, por um obséquio, cedia parte de suas instalações ao sodalício.

Atualmente, o Doutor Caio é também Membro da Comissão Editorial e de Publicidade do Conselho Federal de Farmácia, com sede em Brasília.
Tem vários trabalhos publicados e apresentados em Congressos, dos quais citamos: “Da Importância do Controle de Qualidade na Obtenção de um Bom Medicamento; A Profissão Farmacêutica no Brasil; Lei e Regulamento de Produtos Farmacêuticos de Uso Veterinário; Atuação do Sindicato no Atual Sindicalismo Brasileiro; Projeto de Implementação da Farmácia Hospitalar para Distribuição de Dose Unitária, tema apresentado em Madri, Espanha”, etc.

Durante sua vida profissional fez-se merecedor de inúmeras condecorações das quais citamos: “Medalha Pedro Ernesto, outorgada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro; Medalha do Pacificador, outorgada pelo Exército Brasileiro; Medalha General Farmacêutico Augusto Cesar Diogo, outorgada pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército; Medalha José Clemente Pereira, outorgada pela Câmara Municipal de Niterói; Medalha Comemorativa do Jubileu de Ouro da Academia Nacional de Farmácia; Medalha Comemorativa do 60º Aniversário da Federation Internationale et Pharmaceutique; Medalha Mérito Farmacêutico, a mais alta distinção do Conselho Federal de Farmácia”, dentre outras.

 

LAURO DOMINGOS MORETTO – AGOSTO 20011/AGOSTO 2017
   

É natural da cidade paulista de Bariri, nascido em 16 de outubro de 1938, filho de  Gioachino Domenico Moretto (Joaquim Moretto), italiano da cidade de Roncade, Provincia de Treviso e Pierina Cincotto, filha de italianos nascida na cidade Itapuí, São Paulo.
É matrimoniado com a Professora Marilena Ribas Moretto, de cuja harmoniosa união surgiram os filhos Reinaldo e Regina.
Foi em sua cidade natal que realizou os estudos primário e ginasial, sempre em escolas públicas, sobressaindo-se como um aluno de vivaz inteligência.

Fato curioso relatado pelo nosso biografado, é que o menino Lauro "manifestava grande temor em ir à farmácia quando adoecia, em face do medo da aplicação de injeção", não se podendo jamais, por um capricho do destino, imaginar que aquele temeroso menino viria a se tornar na atualidade uma das maiores referências da profissão farmacêutica no Brasil, com destacada projeção internacional.

Ao atingir a adolescência, seu ânimo o leva para a cidade de São Paulo, a fim de realizar o curso colegial, atual ensino médio, para em seguida submeter-se ao vestibular da então Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), que em seguida se transformou em Faculdade de Farmácia e Bioquímica, tendo sido da primeira turma que recebeu o título de Farmacêutico-Bioquimico.

Concluída a graduação em 1963, inicia no ano seguinte a atividade docente na própria Faculdade, ministrando aulas de Química Analítica Quantitativa. Com a reforma universitária de 1970 transferiu-se para o Instituto de Química da Universidade de São Paulo e em 1973 retornou à agora Faculdade de Ciências Farmacêuticas como docente da disciplina de Tecnologia Químico-Farmacêutica. Posteriormente assumiu a disciplina de Supervisão da Produção até 2008 quando se aposentou. Foram 44 anos de docência, período que lhe permitiu lecionar para alunos que se destacam atualmente no cenário brasileiro como ilustres e bem sucedidos professores, dirigentes e empresários.
O Professor Moretto é detentor dos títulos de Mestrado em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica e de Doutorado em Ciências dos Alimentos, ambos, obtidos pela Universidade de São Paulo (USP).

Concomitante com as atividades docentes, o Prof. Moretto, como sempre foi conhecido, atuou nos laboratórios industriais farmacêuticos Johnson & Johnson, Instituto de Angeli e Boehringer Ingelheim, tendo realizado  brilhante carreira como técnico, cientista e dirigente.

Alguns fatos relevantes marcaram a carreira do Prof. Moretto, tendo sido responsável, com suas equipes de trabalho, pela produção em escala industrial do primeiro anticoncepcional em comprimidos no Brasil, pelo desenvolvimento da tecnologia para produção em escala industrial da enzima Bromelina do abacaxizeiro, por várias formulações inovadoras de medicamentos de uso infantil e da primeira formulação líquida de aspartame no Brasil.

Incansável e solícito na atividade profissional é, frequentemente, convidado a proferir palestras em vários países do mundo, onde sua presença pontua com destaque como um cientista renomado do setor industrial farmacêutico do Brasil.
Foi, no decorrer de vinte e dois anos, Vice-Presidente Executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo  (SINDUSFARMA),  sendo presentemente seu assessor para assuntos regulatórios e educacionais.
Sua atividade intelectual e a ingente capacidade produtiva, o exortou a importantes publicações de Boas Práticas Fabricação, Registro de  Medicamentos e Segurança do Trabalho, sendo autor e coautor de mais de sessenta livros sobre assuntos técnicos, regulatórios e segurança no trabalho, sempre com propostas de inovações tecnológicas, gerenciais e administrativas.

Sob sua profícua administração à frente da Academia Nacional de Farmácia, tem promovido conferências e palestras de interesse científico sobre variados temas e áreas de conhecimento, realinhando as diretrizes da instituição à sua primacial meta, difusão das Ciências Farmacêuticas e das Ciências da Saúde em geral, a todos os níveis.
Coordenou, de 05 a 08 de outubro de 2013, na cidade de São Paulo,  o   V Congresso da Associação das Academias Íbero-Americanas de Farmácia, que teve como tema "As Fronteiras das Ciências Farmacêuticas". Neste congresso participaram 14 academias e cientistas da Argentina, Brasil, Chile, Espanha, México, Paraguai e Peru, além de expressivas representações da comunidade científica brasileira.

Durante seu primeiro mandato na Presidência da Academia foi feita a cunhagem da Medalha Comemorativa do 75º Aniversário da instituição, com a qual foram homenageadas autoridades públicas, cientistas, pesquisadores, diretores e reitores do meio universitário. Consta também como fato relevante das atividades da Diretoria, a retomada da publicação dos Anais da Academia.
A Diretoria, liderada pelo Acadêmico Prof. Moretto promoveu alteração no estatuto da Academia que desde 2015 passa a ostentar simultaneamente a denominação Academia Nacional de Farmácia/Academia Brasileira de Ciências Farmacêuticas. No estatuto vigente consta também a criação de um Quadro de Membros Mantenedores, para pessoas físicas e jurídicas, objetivando melhor suporte financeiro e sustentabilidade para o sodalício.

Em face da projeção do Professor Moretto no meio científico, tornou-se detentor de vários Títulos e Honrarias, como: "Comenda Paulo Monteiro Lopes, outorgada pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de Minas Gerais; Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico, outorgado pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo; Comenda Mérito Farmacêutico, outorgada pelo Conselho Federal de Farmácia; Diploma do Mérito Farmacêutico, outorgado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo; Medalha General Farmacêutico Augusto Cesar Diogo, outorgada pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército; Medalha de Membro Titular da Academia Nacional de Farmácia; Diploma de Cidadão Itapecericano, outorgado pela Câmara Municipal de Itapecerica da Serra, São Paulo".

Profissionalmente, levou o lume do seu saber às seguintes instituições federais: "Membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, do Ministério da Ciência e Tecnologia; Conselheiro do Conselho Nacional do Controle da Experimentação Animal, do Ministério da Ciência e Tecnologia; Conselheiro do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde; Membro da Comissão Permanente de Revisão da Farmacopeia Brasileira".
Atualmente é Membro do "Conselho Deliberativo da Farmacopeia Brasileira da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde".
É Membro Titular e atual Presidente da Academia Nacional de Farmácia, conduzido em seu terceiro mandato de uma dinâmica administração, pautada no resgate da memória, dos valores e dos comprometimentos da instituição.

 NOTA DE AGRADECIMENTO: De grande valia para conclusão deste trabalho biográfico, foram as informações colocadas à disposição da Academia Nacional de Farmácia, pela Biblioteca Rodolpho Albino Dias da Silva, da Associação Brasileira de Farmacêuticos, no Rio de Janeiro, na pessoa da simpática Bibliotecária, Senhora Rosângela Rocha Von Helde, a quem penhoradamente agradecemos.